R. Rousey compartilhou vídeo mostrando sua filha recém-nascida. Foto: Reprodução/Instagram
Pouca gente deve sofrer tanto quanto a mãe de um lutador. Mas o que dizer quando a própria mãe é quem sobe ao octógono? Com o crescimento do UFC como a maior organização de lutas do planeta, o esporte que antes era dominado por homens agora vê cada vez mais mulheres conquistando seu espaço – muitas delas, inclusive, já com filhos.
Neste Dia das Mães, o SUPER LUTAS presta homenagem às guerreiras que, além de enfrentar o peso dos treinos e das batalhas dentro do cage, carregam também o título mais desafiador e recompensador de todos: o de mãe.
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A trajetória das mulheres no UFC, permitida apenas em 2013, evoluiu para incluir mães que encaram lutas físicas e emocionais. Cat Zingano, pioneira como a primeira mãe no octógono em 2013, hoje vê sua história também estar presente em novas gerações.
A inspiração materna também moldou ícones como Ronda Rousey, cuja mãe, AnnMaria DeMars, a introduziu ao judô após a morte do pai. A ex-campeã, hoje aposentada, credita à genitora não apenas técnicas, mas a mentalidade para vencer. E ela também leva os ensinamentos para as duas filhas, La’akea Makalapuaokalanipō Browne, nasceu em 2021, e a segunda, Liko’ula Pā’ūomahinakaipiha Browne, de 2025, frutos de um relacionamento com o também ex-lutador Travis Brownie.
Mães e o MMA: um significado de amor!
A geração atual de lutadoras enfrenta obstáculos únicos. Mackenzie Dern, mãe de Moa, relatou à ESPN como a gravidez inesperada em 2017 impactou sua carreira. Ela, contudo, contou sua história com seguidoras que passaram a segui-la em todos os passos de sua trajetória.
“Quando anunciei que estava grávida, a quantidade de patrocínios que perdi, de fãs, de pessoas que falaram que eu nunca iria voltar… Daí eu vi que realmente é difícil mesmo. Ganhei muitas fãs mulheres, que acredito que vão me apoiar até quando eu parar de lutar. Pra ver a jornada, para ver essa coisa de maternidade e não só como uma mulher bonita que está lutando. Foi bom também de ter essa troca de fãs”, relatou.
Miesha Tate, ex-campeã do UFC e mãe de dois, enfatiza a necessidade de treinos adaptados à biologia feminina. Após hiato para cuidar dos filhos, ela retornou em 2025, no UFC Des Moines com nova filosofia.
“Eu nunca tive um emprego tão importante como ser mãe, levo isso muito a sério. Amo muito meus filhos, então sempre tento priorizar eles. Mas ainda amo muito lutar. Homens têm ciclos hormonais de 24 horas; nós, de 28 dias. Treinar como mulher elevou meu jogo (…), lesões e responsabilidades domésticas atrasam carreiras, mas também nos tornam exemplos de resiliência”, disse, em entrevista à Ag Fight.
A Leoa e seu ‘leãozinho’
N. Ansaroff (esq.) e A. Nunes (dir.) são mães de primeira viagem. Foto: Reprodução/Instagram @amanda_leoa
Amanda Nunes, considerada a maior lutadora da história do MMA, e Nina Nunes construíram uma narrativa única no esporte: uniram vitórias, amor e maternidade. Casadas desde 2018, as duas enfrentaram juntas desafios que vão além do octógono.
Nina, após uma carreira marcada por altos e baixos — incluindo uma vitória emocionante em sua luta de despedida em 2022 —, decidiu se aposentar para priorizar a família e apoiar Amanda, que na época ainda dominava duas categorias no UFC.
Juntas, tornaram-se mães de Reagan Ann em 2020, filha que transformou a rotina de treinos da ‘Leoa’ em uma mistura de protetor bucal personalizado com o nome da pequena e viagens de avião com a bebê ‘quietinha’ no colo.
Os sonhos realizados…
José Aldo, lenda dos penas e que se aposentou no último sábado (10) no UFC 315, não apenas comprou uma casa para a mãe, mas realizou um sonho de infância: levar-lhe água do mar do Rio de Janeiro.
“Ela chorou ao ver que suas histórias viraram minha realidade”, contou o ex-campeão ao UFC.
Makwan Amirkhani, em sua estreia no UFC em 2015, usou parte do prêmio de US$ 50 mil para presentear a mãe.
“Ela dormia na sala para nos dar quartos. Agora, terá uma cama que ‘voa'”, brincou o lutador em coletiva de imprensa, em referência a móveis de qualidade.
Dia das Mães!
Neste Dia das Mães, celebramos não apenas o dia importante, mas também aquelas que conquistam, dia após dia, o título mais nobre de todos no UFC: o de mãe lutadora. Seja com luvas nas mãos ou com os filhos no colo, essas mulheres provam todos os dias que coragem não tem gênero e que amor de mãe é força até nas batalhas mais duras. No octógono e na vida, elas seguem lutando – por vitórias, por respeito e, acima de tudo, por um futuro melhor para quem mais amam.
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