Em um dia movimentado no mundo da luta, José Aldo convocou a imprensa para anunciar oficialmente sua aposentadoria dos esportes de combate neste sábado (17). O comunicado confirmou o que o lutador já havia dito há uma semana atrás, depois da derrota sofrida para o canadense Aiemann Zahabi no UFC 315, em Montreal. Apesar do resultado considerado controverso por muitos fãs, o dono da casa venceu na decisão unânime dos juízes.
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Durante entrevista coletiva no centro de treinamento da Nova União, no Rio de Janeiro, o ex-campeão peso pena (até 65,7kg.) bateu o martelo sobre não ganhar mais a vida dentro de um octógono ou de um ringue. Uma questão que, segundo o membro do Hall da Fama do UFC, vai além do dinheiro.
“Não, eu não me vejo lutando. Quando voltei [para o UFC em 2024], não foi por dinheiro, foi por um propósito que eu tinha, uma vocação. Eu tentei e não deu certo. Dei tudo de mim e fiquei feliz com tudo que conquistei. Não tem luta que me faça voltar. Vestir o quimono, fazer sparring, fazer qualquer coisa, só daqui a cinco anos. Graças a Deus vou fazer quase 50 anos daqui a cinco anos, então não tem possibilidade de lutar, não tem vocação”, afirmou Aldo.
O ‘Rei do Rio’ teve um breve hiato do UFC em 2022, após ser derrotado pelo atual campeão peso galo (até 61,2kg.), Merab Dvalishvili. Aldo se aventurou no boxe, onde venceu duas lutas e empatou uma até voltar para a organização de Dana White, em 2024. O brasileiro venceuJonathan Martinez em seu retorno, mas depois perdeu duas lutas consecutivas para Mario Bautista e recentemente para Zahabi.
José Aldo foi categórico ao afirmar que nada deve convencê-lo a voltar para os dias de batalha dentro do octógono.
“Não, eu tenho outro propósito na vida, outro caminho. Não quero me oferecer qualquer luta, seja ela qual for. Não me vejo mais lutando, nem treinando, nem fazendo nada do tipo. Claro, me vejo treinando aqui para ajudar meus amigos. Sei como isso é difícil, então, se eu puder ajudar de alguma forma com a experiência que tenho, ajudarei de todo o coração. Mas especificamente vestir um quimono ou algo assim para lutar, nunca mais”, concluiu.
Trajetória no UFC
José Aldo em entrada para última luta no UFC. Foto: Reprodução/Twitter/UFC Europe
O manauara estreou no maior evento de MMA no mundo no UFC 129, contra o canadense Mark Hominick. Ele venceu por decisão unânime, mas a imagem que ficaria para sempre na memória dos fãs foi a testa do adversário, que teve um inchaço chocante graças aos golpes do brasileiro.
A partir daí, Aldo iniciou uma trajetória impressionante no Ultimate. Ele defendeu o cinturão sete vezes e passou a ser reconhecido como um dos melhores peso por peso do mundo.
O reinado do Rei do Rio acabou sendo interrompido por Conor McGregor, em dezembro de 2015. Em franca ascensão, o irlandês chocou o mundo ao nocautear o brasileiro em apenas 13 segundos. Até hoje, esta é a vitória mais rápida numa luta por cinturão na história do evento.
Posteriormente, Aldo recuperaria o título no UFC 200, ao vencer Frankie Edgar. No entanto, acabaria destronado mais uma vez ao ser nocauteado por Max Holloway. Aldo ainda disputaria o cinturão dos galos contra o russo Petr Yan em julho de 2020, mas sem sucesso.
Por suas contribuições, o brasileiro foi incluído no Hall da Fama do UFC em 2023, como parte da ala moderna. Além disso, ele ainda conquistou os prêmios de Lutador do Ano e Luta do Ano (contra Chad Mendes) pelo World MMA Awards em 2010 e 2014, respectivamente.
Aldo deixa o esporte com um histórico de 32 vitórias e dez derrotas, além de deixar saudades no coração dos fãs.
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